Ser Palavra - Poesia do séc. XX


Um Sol eternamente novo desperta,
Deus, o Mundo, a Alma inquieta, tortura,
Floresce no sonho uma nova Literatura.
Um Deus em silêncio,
Sua presença constante,
Tortura, sufoca,
Incerteza distante.
Fragmenta-se a Alma,
Perde-se o rumo da identidade,
“Quem tem alma não tem calma”,
E as palavras voam nas asas da liberdade.
Quantos eus tenho em mim?
“Não sei quem sou neste momento”,
As certezas dispersam-se ao vento,
E o sufoco não tem fim.
“São tecidas de luz”
Palavras, sonhos, sentimento,
Perde-se o tempo, prende-se o momento.
Nesse mundo paira a vida,
Gravitando sobre a ilusão
Que faz girar eternamente
“Esse combóio de corda que se chama coração.”
Nas asas das palavras,
Nesse vento que sopra magia,
Nasce arte, nasce música,
Eterniza-se a poesia.